quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Trilha da Juréia

CURIOSIDADES

Transformando-se em Reserva Ecológica
A Juréia-Itatins é considerada a reserva de maior diversidade da Mata Atlântica.
Em
17 de agosto de 2005 os moradores da região, cansados de esperar providências dos órgãos ambientais, foram a campo para barrar um grande desmatamento na reserva da mata atlântica, no município de Iguape/Peruíbe
A reserva foi criada em 1986. O Decreto nº 31.650, de 8 de abril de 1958 instituiu a Reserva Estadual dos Itatins, numa área de 12 hectares na Serra do Itatins. Em muitas áreas do litoral Sul de São Paulo, a vegetação original foi destruída. É considerada uma grande riqueza do país, declarada pela Unesco como Sítio do Patrimônio Mundial Natural.

Histórico de Ocupação


Há vestígios de ocupação há mais de 5.000 anos, junto aos sambaquis, porém são monumentos protegidos com acesso restrito. Entre as lendas e verdades, conta-se até que a história da cidade começou mesmo dois anos antes da data oficial do descobrimento do Brasil, com a chegada de alguns espanhóis na região. O primeiro acesso à região da Juréia se deu já na época de Martim Afonso de Souza, objetivando interligar a Capitania Hereditária de São Vicente à Iguape e Cananéia. Porém, o primeiro marco de ocupação aconteceu a mando do Imperador Dom Pedro I, que ordenou a construção do Caminho do Imperador na área, que foi muito utilizado durante a Guerra do Paraguai. Era através dele que transitava o Correio Del Rei (mensageiros que portavam notícias do conflito).

Origem do Nome


Suas paisagens notáveis estão moldadas pela serras e florestas que lhe emprestam o nome de origem indígena, Juréia (promontório) e Itatins (narizes de pedra- referencia aos afloramentos rochosos) pelos diversos rios encachoeirados, longos e sinuosos, suas planícies e pelo mar.


Desenvolvimento Econômico

Marcado por dois períodos: o ciclo do ouro de aluvião (século XVII e XVIII) onde o Município destacou-se por manter a primeira Casa de Fundição de Ouro do Brasil, e o ciclo do arroz (século XIX) período em que foram construídos os casarões, que hoje proporcionam à cidade o maior acervo de construções tombadas do Estado de São Paulo.


Avaliação do impacto ambiental da Juréia-Itatins

Avaliar os impactos ambientais e sócio-econômicos decorrentes da criação da Estação Ecológica da Juréia-Itatins, além de propor novas alternativas econômicas sustentáveis para a região, são os objetivos de projeto do Instituto Florestal (IF) e Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.




GEOGRAFIA

Localização

A Estação Ecológica Juréia-Itatins se localiza na porção Sul do estado de São Paulo e abrange os municípios de Peruíbe, Iguape, Miracatu e Itariri (pode ser mais especificada pela Estrada do Guaraú) .A distância da capital é de aproximadamente 200 km e a área é de 79.230 ha.


Relevo

-50% Mata de encosta/Serras: características fisionômicas e botânicas diversas da mata de planície. A mata de encosta, quando pouco alterada ou sem marcas de alteração, apresenta-se distribuída em 3 estratos, constituindo-se pelo segmento higrófilo da Mata Atlântica - aquela que ocorre nos fundos de vales, onde os terrenos são muito úmidos e mais férteis que a mata de planície. São matas densas com dossel arbóreo contínuo e raras emergentes, atingindo alturas entre 20-30 m. O diâmetro dos caules são pequenos e as copas pouco desenvolvidas. Ocorre nas áreas montanhosas do município, no interior da EEJI e no Parque Estadual da Serra do Mar.
-45% Restingas e planícies litorâneas
-1,5% Manguezais
-3,5% Áreas ocupadas

Acesso ao Parque da Juréia
Para ter acesso ao parque saindo da capital é preciso ir pela Anchieta ou Imigrantes sentido Baixada Santista. A SP55 (ROD. PADRE MANOEL DA NÓBREGA) dá acesso a Peruíbe.Em Peruíbe segue-se sentido guaraú, e após o morro do guaraú segue-se pela Estrada do Uma(até a Barra do Uma são aproximadamente 25 km de terra).

Vegetação Dominante
-Mata de Encosta:Chuva e neblina, umidade constante o ano inteiro.Mata fechada, verde, exuberante e sem secas.Árvores altas com caules retorcidos e sinuosos.A jacutinga e o tucano espalhem as sementes de palmiteiros.
-Floresta de Planície: O solo é de areia e argila, mais rico em nutrientes que o da restinga. Tem plantas mais altas( palmeiras, orquídeas, bromélias e vegetação típica de beira de rio, como ipês-amarelos, ingás e araçás). Abriga a maior parte dos mamíferos da Juréia(Cotias, pacas, antas, macacos-prego e cachorros-do-mato).
-Vegetação de Altitude: Solo rochoso, onde crescem arbustos secos, de folhas duras. São pequenos vegetais. O motivo é a falta de água e excesso de sol. Nenhum mamífero mora nessa região, pois não encontram alimento(habitada somente por invertebrados).
-Dunas: Montes com no máximo 1m formados rente à praia pela ação dos ventos. Ali estão preservadas as plantas nativas que estão desaparecendo do nosso litoral. Têm caules rastejantes (como a grama). -Restinga :As ondulações na restinga mostram os vários níveis que o oceano teve, no passado. Aí crescem arbustos muitos emaranhados e árvores que nunca têm mais de 5 metros de altura. As folhas são como que envernizadas para resistir ao sal da maresia. Moram na restinga cachorros-do-mato, capivaras, cotias e pássaros, como o tiê-sangue e o chupim.
-Mangue: Região onde os rios desembocam no mar, formando uma mistura de água salgada com água doce. O solo é pobre em oxigênio, devido à intensa degradação de matérias orgânicas. As bactérias que promovem o processo de decomposição liberam um gás à base de enxofre. Por isso o mangue tem um cheiro que lembra o odor de ovo podre. Assim, há árvores no mangue que têm raízes aéreas.

Hidrografia

A rede hidrográfica da Juréia é caracterizada pelo Rio Una do Prelado(circunda o maciço da Juréia,nascente difusa,pouca elevação, em região chuvosa,rio de águas escuras), pelo Rio Verde(rio de águas claras,muitos peixes), pelo rio Grajaúna, rio Branco, rio Cabuçu e Aguapé.


Atividade Econômicas
-Pecuária(aves,bovinos,suínos)
-Pesca(inclusive para subsistência)
-Extrativismo de palmito
-Agricultura: banana(principalmente),feijão, mandioca, arroz.

QUÍMICA

Conhecendo DBO e DQO

Os parâmetros mais utilizados na avaliação do impacto ambiental causado pelo lançamento de efluentes nos corpos receptores são a Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO e a Demanda Química de Oxigênio - DQO. Esses dois parâmetros representam métodos indiretos, de análise simples e de custo relativamente baixo, para a quantificação do potencial poluidor dos efluentes industriais.
A DBO é o parâmetro tradicionalmente mais usado para a caracterização de águas residuárias brutas e tratadas, como também para a caracterização da qualidade dos corpos d'água. A quantidade de matéria orgânica presente, indicada pela DBO, é importante para se conhecer o potencial poluidor de um efluente, para o dimensionamento do sistema de tratamento mais adequado e medir a eficiência desse sistema.
A DQO consiste em uma técnica utilizada para a avaliação do potencial de matéria redutora de uma amostra, através de um processo de oxidação química em que se emprega o dicromato de potássio. Neste processo, o carbono orgânico de um carboidrato, por exemplo, é convertido em gás carbônico e água. É um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e de efluentes industriais. A DQO é muito útil quando utilizada conjuntamente com a DBO para observar a biodegradabilidade de despejos.
Nas águas naturais a DBO representa a demanda potencial de oxigênio dissolvido que poderá ocorrer devido à estabilização dos compostos orgânicos biodegradáveis, o que poderá trazer os níveis de oxigênio nas águas abaixo dos exigidos pelos peixes, levando-os à morte. É, portanto, importante padrão de classificação das águas naturais. Nas classes que correspondem às águas menos poluídas, exigem-se baixos valores máximos de DBO e elevados limites mínimos de oxigênio dissolvido.


Os Compostos do Manguezal


Os manguezais são ecossistemas costeiros de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais, que favorecem a adaptação de várias espécies, inclusive microrganismos como fungos e bactérias de grande interesse biotecnológico. Esses microrganismos consomem tanto oxigênio que o gás não chega à camada inferior do solo, onde ficam as bactérias que não precisam de oxigênio, conhecidas como anaeróbias. São essas as bactérias responsáveis pelo mau cheiro dos manguezais. Elas são responsáveis por processar o enxofre, elemento químico oriundo de ambientes ricos em matéria orgânica. Com o processamento do enxofre, o gás sulfídrico é liberado.
O mangue tem na composição química: 1,2% de enxofre, 0,003% de óxido de titânio, 0,007% de latânio, além de iodo, bromo,rubídeo,estrôncio, sódio, manganês, zircão, feldspato,muscovita,turmalina, etc...Combinados numa composição mineral riquíssima com efeitos curativos, regeneradores e efeito anti-agápico.

Conhecendo os Tipos de Mangue
No litoral brasileiro existem três tipos de mangue:
-Mangue vermelho: extração de tanino. A característica principal dela, é a presença das raízes escora ou risóforos, que são adaptações a um sedimento pouco consolidado. Chama-se mangue vermelho porque, se rasparmos seu tronco, poderemos observar que por dentro ele é vermelho. A casca do mangue vermelho é utilizada para extração de tanino.

-Mangue preto: trocas gasosas na maré alta.A característica marcante dessa espécie, é a presença de pneumatóforos, que são as raízes respiratórias. O mangue preto tem um sistema de raízes que chamamos de raízes radiais, também uma adaptação a esse sedimento pouco consolidado. Quando a maré sobe, essa raiz começa a fazer as trocas gasosas.
-Mangue branco: raízes bem adaptadas. Uma característica dessa espécie é a presença de um pecíolo vermelho, que é o cabo da folha. Essa espécie também tem um sistema radicular radial, adaptado ao sedimento pouco consolidado, só que difere um pouco pelo tamanho um pouco menor do pneumatóforo. A principal diferença entre os manguezais brasileiros está em suas dimensões, o mangue branco é uma árvore de menor porte comparada ao o mangue vermelho.
Composição Química do Solo e Rochas


Em Júreia a o predomínio de rochas granitizadas, pertencentes ao complexo costeiro Atlântico, de idade Pré-Cambriana. E o solo é de areia e argila, mais rico em nutrientes que o da restinga.





HISTÓRIA

Sambaquis
Sambaqui é o nome que foi dado à sítios pré-históricos formados pela acumulação de conchas e moluscos, ossos humanos e de animais, que foram descobertos em várias regiões do Brasil, mas principalmente no Sul.Os sambaquis nos provam a existência de comunidades de caçadores e coletores, os quais, consumiam os moluscos, para depois amontoar suas cascas para morar sobre elas, já que constituíam um lugar alto e seco.No interior dos sambaquis foram encontrados vestígios de fogueiras, instrumentos cortantes, amoladores, restos de mamíferos, além de ossos de peixes, répteis e baleias. Sabe-se, portanto, que este povo, que viveu há mais de 1.500 anos atrás, já produzia machados de pedra polida, ornamentos de conchas, instrumentos feitos de ossos de animais e zoólitos ou pequenas peças esculpidas em pedra representando animais.Foram ainda encontradas ossadas humanas, depositadas com seus pertences, o que nos leva a acreditar que os sambaquis também eram usados como Monumentos Funerários.São importântes pois atraves são descobertas os costumes e habitos das populações que povoavam nosso país, trazem nossas informações historicas.



O Caminho do Telégrafo

Na região da Juréia-Itatins ainda se encontra o primeiro caminho aberto em território brasileiro, que ligava São Vicente à Cananéia, conhecido como Correio do Imperador. Por esse trajeto, segundo afirmam alguns historiadores, D. Pedro seguia à cavalo, de São Paulo até o Rio Grande do Sul.Mais tarde, o local foi denominado como Caminho do Telégrafo, em razão da construção, durante o segundo Império, da primeira linha telegráfica do país. Ainda hoje podem se avistar inúmeros postes enferrujados pelo caminho.





O Plano de João Figueiredo

Por conta de um decreto federal do presidente João Figueiredo, no ano de 1980, pretendia-se utilizar 23.600 hectares da área para abrigar as usinas nucleares Iguape 4 e 5,na região florestal da Juréia, entre os municípios paulistas de Peruíbe e Iguape, Integrantes do Programa Brasileiro de Centrais Nucleares. Felizmente, a intenção não deu resultados e a idéia acabou sendo abortada, mas até hoje existem as marcas de alguns dos estragos feitos na época (escavações e desmatamentos), em razão do projeto.O projeto fazia parte do acordo entre Brasil e Alemanha, mas acabou não vingando, e hoje a Juréia é preservada como reserva ambiental.



A Formação da Reserva Ecológica

A Estação Ecológica da Juréia-Itatins é uma unidade de conservação situada no litoral sul do estado de São Paulo. É considerada a reserva de maior diversidade da Mata Atlântica.Em 17 de agosto de 2005 os moradores da região, cansados de esperar providências dos órgãos ambientais, foram a campo para barrar um grande desmatamento na reserva da mata atlântica, no município de Iguape/PeruíbeA reserva foi criada em 1986. O Decreto nº 31.650, de 8 de abril de 1958 instituiu a Reserva Estadual dos Itatins, numa área de 12 hectares na Serra do Itatins. Em muitas áreas do litoral Sul de São Paulo, a vegetação original foi destruída.A Reserva Ecológica Juréia-Itatins foi criada em 1986, mas apresentou importante papel na colonização do País. A reserva é cortada pelo caminho do Peabiru, que era utilizada pelos índios guaranis que habitavam o litoral do Sudeste, e ainda mantinham o traçado original. O caminho também serviu aos moradores da Capitania de São Vicente que se deslocavam até o Paraná. Em 1840, a trilha recebeu pavimentação rústica a fim de permitir o tráfego de carroças, passando a ser conhecida como Caminho do Imperador. As pedras colocadas por escravos continuam intactas. O caminho foi rebatizado em 1870 quando passou a abrigar postes e cabos trazidos da Europa que interligaram o Rio de Janeiro até o estados do Sul do País por meio do telégrafo. As praias paradisíacas e as riquezas escondidas em meio à Mata Atlântica começaram a ser ameaçadas no século 20, quando a região passou a ser alvo da cobiça de grandes empresas.




















BIOLOGIA

Impactos Ambientais
No decorrer da trilha observamos desequilíbrios ambientais, tais como:
-Queimadas:O solo fica pobre e perde nutrientes




-Erosão: Cresce o risco de deslizamentos


-Assoreamento: Relacionado aos processos erosivos, ocorre em rios, mares, etc.
-Presença de bioindicadores: Algumas plantas ou animais funcionam como bioindicadores, surgindo quando há algum desequilíbrio natural.A partir da presença deles, pesquisadores realizarão estudos para descobrir qual é o desequilíbrio em questão (nem sempre é visual como nos outros casos).

A destruição de manguezais é um sério problema pois ocasiona o desequilíbrio na biodiversidade marinha, muitas vezes irreversível. Lembramos que, as degradações ao meio ambiente, além de prejudicar espécies da fauna e da flora local, prejudica e muito, o homem principalmente no aspecto biológico e econômico.

Animais
Durante a trilha para o mangue apenas vimos girinos e ouvimos o canto de pássaros (possivelmente, um tucano).Já no mangue, haviam diversos caranguejos.Apesar de observarmos poucos animais, atravéz de pesquisa descobrimos que lá existem animais como: jacaré-de-papo-amarelo, onça-pintada, boto-cinza ( todos estes correm risco de extinção).Ainda há animais como a anta e papagaios.
Existem diversos moluscos, como mexilhões, ostras e moluscos teredos(que possuem uma relação simbiótica com as árvores onde constroem seus tubos calcários).Alguns peixes põem ovos nessa região(tainha).


Vegetação
Riqueza biológica que une seis ecossistemas bem diversos: a areia das dunas, o lodo do manguezal, o solo encharcado de água salobra, característico da restinga, as árvores altas das florestas de planície, as matas de encosta, e os vegetais rasteiros das rochas, no topo da serra.Apesar dessa fusão, o que predomina é a Floresta Tropical.
Importância dos Manguezais
Os manguezais são ecossistemas de grande importância no equilíbrio ecológico, sendo um berçário favorável para o desenvolvimento de muitas espécies de animais e plantas. É muito valioso o estudo do manguezal, principalmente para a preservação deste meio. Vários produtos podem ser obtidos dos manguezais como remédios, álcool, adoçantes, óleos.Dos manguezais provém boa parte das proteínas (mariscos e peixes), tão essenciais para a subsistência. Além dos camarões, outros invertebrados são explorados comercialmente como Iphigenia brasiliensis, Lucina pectinata, Anomalocardia brasiliana, Mytella falcata, Crassostrea brasiliana, Tagelus plebeius, Ucides cordatus, Cardisoma guanhumi e Callinectes danae, todos oriundos dos manguezais.